1- Hipotireoidismo Sintomas e Tratamento
Rachel Giovanella
Publicado em 29 de maio de 2022
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1- Hipotireoidismo Sintomas e Tratamento

 O hipotireoidismo é a disfunção da tireoide mais frequente na nossa população.

A tireoide é a glândula considerada o relógio do nosso corpo, ela regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Regula desde a força dos cabelos, unhas, hidratação da pele, até o ritmo das batidas do coração, o funcionamento do nosso intestino, nosso sono, ciclo menstrual etc.

A queda da produção dos hormônios da tireoide se chama hipotireoidismo. É mais comum em mulheres, mas pode acometer qualquer pessoa, independente de gênero ou idade, até mesmo recém-nascidos. Costuma aumentar com a idade e pode se apresentar durante a gestação ou no pós-parto, nesses casos sendo às vezes transitória.

Em recém-nascidos, o hipotireoidismo pode ser diagnosticado através do “Teste do Pezinho” que deve ser feito, preferencialmente, entre o terceiro e o sétimo dias de vida do bebê. Em caso de resposta positiva ao hipotireoidismo congênito, o tratamento precisa ser iniciado imediatamente, antes do primeiro mês de vida, sob rigoroso controle médico, para evitar suas consequências, entre elas o retardo mental. Com tratamento adequado, a criança leva uma vida normal, porém precisará tomar a medicação por toda a vida.

Hipotireoidismo sintomas e causas

Em adultos, na maioria das vezes, o hipotireoidismo é causado pela presença de autoanticorpos que “atacam” a tireoide causando uma inflamação denominada Tireoidite de Hashimoto, condição herdada geneticamente. Outra causa importante é o excesso (cuidado com o modismo de usar Lugol!!) ou falta de iodo na alimentação.

Em mulheres tentando engravidar, se não tratada adequadamente, pode aumentar o risco de abortamento. Por isso o acompanhamento médico de perto é fundamental nessa época da vida.

Além das pessoas que apresentam sintomas, devem fazer investigação regula mulheres com mais de 50 anos, quem fez radioterapia na cabeça/pescoço, pessoas com outras doenças autoimunes (diabetes tipo 1, lúpus, psoríase, doença celíaca etc), durante a gravidez e no pós-parto, quem fez cirurgia de tireóide, quem tiver bócio, pessoas com casos de doença de tireoide na família, pacientes com insuficiência cardíaca, certas síndromes como  Down e Turner, produção de leite fora da gestação/amamentação entre outros.

Os sintomas do hipotireoidismo são inúmeros e variam de paciente para paciente, entre eles: depressão, sonolência, cansaço, intolerância ao frio, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, menstruação irregular, infertilidade e risco de abortamento, falhas de memória, dores musculares, pele seca, queda de cabelo, unhas fracas, aumento de peso e aumento de colesterol no sangue.

Hipotireoidismo tratamento

O tratamento do hipotireoidismo é feito com a reposição do hormônio faltante no organismo para mimetizar o funcionamento normal da tireoide. A levotiroxina deve ser tomada todos os dias, em jejum (no mínimo meia hora antes do café da manhã), para que a ingestão de alimentos não diminua a sua absorção pelo intestino.

Outros medicamentos devem ser ingeridos pelo menos uma hora após a levotiroxina para não atrapalhar a absorção da mesma, sendo que alguns como cálcio, ferro, fibras, polivitamínicos idealmente precisam de uma distância de 4 horas.

Deve ser usada formulação comercial disponível em farmácias tradicionais, e não manipulada, pois a dosagem é microgramas e o risco de erro na manipulação infelizmente existe, podendo trazer sérias consequências para o paciente.

Cada vez que a dose da medicação for modificada, novos exames devem ser realizados dentro de 6-8 semanas para verificar a adequação do ajuste. Uma vez que a dosagem esteja estável, as consultas e exames podem ir sendo espaçados, chegando a verificações anuais. Situações de estresse, infecções, oscilações grandes de peso podem necessitar de ajustes na dosagem da levotiroxina.

Mesmo sentindo-se bem, mantenha suas consultas regulares para avaliar o funcionamento da sua tireoide.

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Principais causas

A causa mais comum de hipotireoidismo é a Tireoidite de Hashimoto, que é uma doença autoimune, em que os anticorpos começam a atacar a glândula tireoide, como se ela fosse nociva ao próprio corpo. Além disso, o hipotireoidismo pode acontecer devido à deficiência de iodo, que é uma condição conhecida como bócio, em que há aumento do tamanho da tireoide, porém menor quantidade de T3 e T4 devido à diminuição da concentração de iodo.

O tratamento contra o hipertireoidismo ou o uso de medicamentos como carbonato de lítio, amiodarona, propiltiouracil e metimazol também podem levar ao hipotireoidismo, sendo importante consultar o endocrinologista caso seja identificado qualquer um dos sintomas para que possa ser indicada a suspensão do medicamento ou a substituição.

Pessoas que tomaram medicamentos para tireoide com o intuito de emagrecer também podem desenvolver hipotireoidismo porque uma vez que estes hormônios já estão presentes na corrente sanguínea, a tireoide pode parar ou diminuir a sua produção natural.

Além dessas causas, o hipotireoidismo também pode surgir durante a gravidez ou no período pós-parto que tende a voltar ao normal logo a seguir. Além disso, é importante lembrar que essa doença diminui a fertilidade da mulher, causando problemas para engravidar. Veja mais sobre o hipotireoidismo e a gravidez.

Como saber se é hipotireoidismo

Para saber se é hipotireoidismo, o endocrinologista avalia os sinais e sintomas apresentados pela pessoa e indica a realização de exames de sangue para verificar a quantidade de hormônios relacionados com a tireoide circulantes.

Dessa forma, é indicada a dosagem de T3 e T4, que normalmente estão diminuídos no hipotireoidismo, e a dosagem de TSH, que está aumentado. No caso do hipotireoidismo subclínico, podem ser observados níveis normais de T4 e TSH aumentado. Veja mais sobre os exames que avaliam a tireoide.

Além disso, o médico pode indicar a realização de pesquisa de anticorpos, mapeamento da tireoide e ultrassonografia da tireoide quando são notados nódulos durante a palpação da tireoide. É possível também que a pessoa realize o autoexame da tireoide para identificar qualquer alteração, principalmente nódulos. Saiba como fazer o autoexame da tireoide.

Hipotireoidismo na gravidez

O hipotireoidismo, se não estiver bem controlado, pode dificultar a possibilidade de engravidar e ter repercussões tanto para mãe quanto para o bebê. Ele pode acontecer também no pós-parto, alguns meses após o nascimento do bebê, de forma transitória e que também necessita de cuidados com o tratamento.

Assim, é normal que durante o pré-natal o médico peça exames de T3, T4 e TSH para avaliar o funcionamento da tireoide e continuar a acompanhar no pós-parto como ficam os valores dos hormônios da tireoide e se há necessidade de uso de medicações para voltar ao normal. Saiba quais são os riscos do hipotireoidismo na gravidez.

Como tratar o Hipotireoidismo

O tratamento para o hipotireoidismo é relativamente simples e deve ser feito através da reposição hormonal com a toma de hormônios sintéticos, a Levotiroxina, que contém o hormônio T4, e que deve ser tomado em jejum, pelo menos 30 minutos antes de tomar o café da manhã, para que a digestão dos alimentos não diminua a sua eficácia. A dose do medicamento deve ser prescrita pelo endocrinologista e pode variar ao longo do tratamento de acordo com os níveis de T3 e T4 circulantes no sangue.

Após 6 semanas do início do uso dos medicamentos, o médico pode verificar os sintomas que a pessoa apresenta e solicitar um exame TSH para verificar se é preciso ajustar a dose do medicamento até que a quantidade de T4 livre esteja normalizada. Depois disso, os exames para avaliar a tireoide devem ser realizados 1 ou 2 vezes por ano, para verificar se é preciso ajustar a dose do medicamento.

Além do uso de medicamentos, é importante que a pessoa controle os níveis de colesterol no sangue, evitando o consumo de gorduras, fazer uma dieta que ajude no bom funcionamento do fígado e evitar o excesso de estresse, pois prejudica a secreção de hormônios pela tireoide. Em alguns casos pode ser também recomendada a consulta com o nutricionista para que o tratamento nutricional com suplemento de iodo possa ajudar a diminuir os sintomas de hipotireoidismo. 

No caso de hipotireoidismo subclínico, quando não há sintomas envolvidos, o médico pode indicar o uso de medicamentos porque estes podem ajudar a diminuir o risco de problemas cardiovasculares, o que pode ser importante para pessoas que estão acima do peso ou que tenham colesterol alto ou diabetes.

Veja como a alimentação pode melhorar o funcionamento da tireoide no vídeo a seguir.

Sinais de melhora e piora

Os sinais de melhora no hipotireoidismo surgem mais ou menos 2 semanas após o início do tratamento, podendo ser observada diminuição do cansaço e melhora do humor. Além disso, a longo prazo o tratamento do hipotireoidismo também ajuda a controlar o peso e a reduzir os níveis de colesterol no sangue.

Os sinais de piora aparecem quando o tratamento não é realizado corretamente ou quando a dose de Levotiroxina não está adequada, havendo insônia, aumento do apetite, palpitações e tremores, por exemplo.

Leia mais: https://www.tuasaude.com/t/tema-hipotireoidismo/