2- Privação de Sono e Obesidade
Sumário
Muito tem se estudado entre a relação da privação de sono e obesidade. Mais de um terço dos adultos no Reino Unido e nos EUA não dormem o suficiente regularmente (definido como menos de 6 ou 7 horas por noite, respectivamente), devido a vários aspectos da vida moderna, incluindo estresse, computadores, dispositivos inteligentes e a indefinição dos limites da vida profissional. Negar o estresse em nossos padrões de sono é um empecilho para os esforços de lidar com a escalada constante da obesidade na população.
Privação de sono (não dormir o suficiente ou dormir de má qualidade) aumenta os riscos de pressão alta, colesterol alto e aterosclerose (depósitos de gordura que se acumulam nas artérias). Não dormir o suficiente está ligado à obesidade, diabetes e inflamação, que podem piorar as doenças cardiovasculares. Dormir muito ou muito pouco também aumenta o risco de acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e morte.
Estudos
Estudo descobriu que maus hábitos de sono podem contribuir para a recuperação do peso após a perda de peso com dieta e sugere que cerca de duas horas de atividade física vigorosa por semana pode ajudar a manter um sono melhor. Os dados apresentados no último Congresso Europeu de Obesidade nos dão boas razões para acreditar que, mesmo com bons tratamentos para a obesidade, padrões de sono ruins podem interferir na capacidade de uma pessoa manter o emagrecimento. Devemos adicionar ao tripé medicamento + dieta + exercício físico, orientações para uma boa noite de sono.
Em outro estudo, pessoas que dormiam cerca de 7,7 horas, comiam cerca de 270 calorias a menos, dos que dormiam 6,5 horas por noite. Não era nenhuma dieta exigente, eles apenas tinham uma redução natural no consumo de calorias com mais sono.
Então, talvez possamos nos preocupar um pouco menos com dietas muito restritivas e colocar um pouco desse esforço para melhorar a qualidade do sono dos nossos pacientes, pois a privação de sono e obesidade estão comprovadamente associadas.
Existem cada vez mais evidências de que um sono de qualidade interfere positivamente no sistema imunológico, ajuda a manter um peso saudável, a ter uma boa memória, além de diminuir o risco de desenvolver doenças como diabetes e cardiovasculares.
Ter a preocupação em garantir uma boa noite de sono é saber da relação direta com as funções metabólicas do corpo, hábitos alimentares, balanço energético e a regulação do peso corporal.
Sabe aqueles assaltos à geladeira no turno da noite e antes de dormir? Essa privação do sono prolonga o tempo acordado, fazendo com que o seu sistema metabólico esteja em desarmonia e assim, aumenta a fome. A procura pelo alimento, muitas vezes de altos índices de gorduras vazias e açúcares, fazem subir o teor energético, prolongando ainda mais a hora de dormir.
Analisando os estudos, “os distúrbios do sono promovem o aumento dos níveis de grelina circulante e diminuem os níveis de leptina, o que proporciona o aumento da sensação de apetite e fome, afetando assim o balanço energético.”1
Para que fique mais claro, é importante que se busque fatores comportamentais que sejam aliados da saciedade alimentar, ou seja, “a privação do sono, segundo dados apresentados, reduz os níveis de leptina (hormônio da saciedade), aumenta os níveis de grelina (hormônio da fome), além de gerar cansaço e também aumentar as oportunidades para buscar alimentos.”2
Estudiosos concluem que o indivíduo precisa estabelecer uma rotina que seja benéfica em termos nutricionais para que não interfira no sono.
MUITA COMIDA, POUCO SONO, AUMENTO DE PESO
As escolhas diárias serão como um divisor de águas para um sono de qualidade e consequentemente manutenção do peso.
Ao longo do dia é importante se alimentar bem e praticar atividade física para que não se eleve o nível de cortisol ao final do dia. Mais conhecido como o hormônio do estresse, quanto mais se ingere alimentos altamente calóricos, sem benefícios nutricionais, mais açúcares, pode fazer com que a sensibilidade a insulina seja diminuída na manhã seguinte.
Sendo assim, “a ingestão de comida em períodos mais tardios do dia, pode levar a um aumento da secreção de insulina, causando uma maior eficácia na transformação de glicose em gordura visceral, aumentando a acumulação de tecido adiposo intra-abdominal.”3
CRONONUTRIÇÃO – O QUE COMER E QUANDO COMER
Para além de se preocupar com o alimento que será ofertado para o seu corpo, é preciso também ter em mente em que momento aquele determinado alimento está sendo ingerido.
Para aqueles que ainda estão pouco familiarizados com essa nomenclatura, a “Crononutrição estuda portanto, a relação entre metabolismo, alimentação, e o horário, a frequência com que essa alimentação ocorre e seu impacto no corpo.”4
Dessa maneira, a Crononutrição mostra como os alimentos e o horário o qual é ingerido, interfere diretamente no funcionamento do metabolismo. Com isso, ao desestabilizar a rotina, o sistema funcional natural do corpo fica desajustado.
Essas alterações rotineiras, quando não bem administradas, “geram alterações nos centros hipotalâmicos da fome e da saciedade, e no funcionamento do metabolismo. Assim, podem causar desequilíbrios que levam a problemas como obesidade, falta de disposição, diabetes, e aumento da gordura corporal, por exemplo.”4
Fica entendido que um sono de qualidade, assim como um peso saudável, estão ligados a uma boa alimentação realizada na hora certa.
CONCLUSÃO
Diante dessa análise, podemos perceber que o ganho ou perda de peso está diretamente ligada à qualidade do sono. Dormir é um aliado para a manutenção de um peso saudável, evitando assim a obesidade, além de diversos outros benefícios. Associar o que comer e quando comer é uma peça fundamental para manutenção saudável do peso e melhor sono. Nosso blog está repleto de informações que podem te ajudar a dormir melhor. Conte com a UKOR!
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