2 Tipos de insulina: saiba as diferenças
Rachel Giovanella
Publicado em 3 de junho de 2022
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2 Tipos de insulina: saiba as diferenças

Para o adequado uso da insulina, é fundamental o conhecimento por parte do usuário da forma de funcionamento de seus medicamentos e os tipos de insulina. Isso aumenta a aderência e o sucesso do tratamento.

Quando nos alimentamos, o pâncreas produz o hormônio insulina, que leva a glicose para dentro de nossas células, para serem usadas como fonte de energia pelo nosso corpo. Durante o jejum, este hormônio também precisa carregar a glicose que vem de nossos estoques (gordura e músculos) para dentro das células, para que elas tenham energia.

Sendo assim, a insulina age de diferentes maneiras, com uma ação que é contínua nas 24 horas do dia (chamada basal) e outra que acontece em picos nos momentos em que nos alimentamos (chamada bolus).

As insulinas atualmente disponíveis tentam imitar nosso organismo e se dividem em:

seringa insulina

Insulinas lentas e ultralentas

Seu principal objetivo é a manutenção da glicemia estável no período entre as refeições, no período de jejum.

Lenta

– NPH é a única representante das lentas. Ela começa a agir em 1 a 2 horas, tem seu pico de ação em 2 a 8 horas e duração de ação de 14 a 24 horas. Precisa ser aplicada de 1 a 3x/dia.

Ultralentas

– Detemir: com início de ação em 1 a 2 horas, discreto pico de ação em 2 horas e duração de ação de 12 a 24 horas. Precisa ser aplicada de 1 a 2x/dia.

– Glargina U100: com início de ação em 1 a 2 horas, ausência de pico de ação e duração de ação de 18 a 24 horas. Precisa ser aplicada de 1 a 2x/dia.

Na categoria das insulinas ultralentas também se enquadram as mais modernas, com maior período de duração, sendo aplicadas 1x/dia e com menor risco de hipoglicemia nos estudos, especialmente as quedas de glicose na madrugada. São elas:

– Degludeca: com início de ação em 1-2 horas, ausência de pico e duração de até 42 horas. Aplicada 1x/dia, com flexibilidade de algumas horas

– Glargina U300:  com início de ação em 6 horas, ausência de pico e duração de 24 horas. Aplicada 1x/dia

Insulinas rápidas e ultrarrápidas

Essas insulinas têm como ação o período da alimentação, promovendo um bom controle da glicemia nos períodos posteriores à refeição. Também podem ser usadas para corrigir uma elevação súbita da glicose.

Rápida

-Regular: começa a agir em 30 a 60 minutos e, tem seu pico de ação em 2 a 4 horas e duração de ação de 5 a 8 horas. Sendo assim, deve ser usada de 30 a 45 minutos antes da refeição.

Ultrarápidas

– Lispro, Aspart ou Glulisina: começam a agir em 15-30 minutos, tem seu pico de ação em 1 a 2 horas e duração de ação de 3 a 4 horas. Sendo assim, deve ser aplicada cerca de 15 minutos antes da refeição, ou mesmo durante a refeição. Têm menor risco de hipoglicemia do que a rápida/regular, pois tem uma duração de ação mais curta, não se sobrepondo à basal nos períodos de jejum/entre refeições.

– Faster aspart: inicia sua ação dentro de 2 minutos, atingindo pico entre 1-2 horas e duração final entre 3-5 horas. Pode ser aplicada imediatamente antes da refeição ou em até 20 minutos após o início da mesma.

– Insulina inalada: em 10 minutos já é absorvida pela corrente sanguínea, atingindo seu pico em 30-60 minutos e terminando sua ação em 2-3 horas. Deve ser utilizada imediatamente antes da refeição e em algumas situações precisa ser reaplicada 2 horas após a refeição.

Uso da insulina nos diferentes tipos de diabetes

Diabetes tipo 1: devem usar os dois tipos de hormônio sempre – a chamada insulinização plena. Quando se alimentam, devem usar as rápidas ou ultrarrápidas e para o basal, devem utilizar a lenta ou ultralenta, mesmo que em jejum, para manter os níveis adequados de sua glicemia.

Diabetes tipo 2: a insulinização basal/bolus só é realizada em estágios mais avançados da doença, quando ocorre o que se chama de “falência do pâncreas”. Em estágios mais precoces, há vários esquemas de uso de insulina, podendo utilização ser necessária quando os níveis da glicemia estão muito elevados, ou em situações em que as medicações orais são contraindicadas, como durante cirurgias ou doenças graves. Pode-se usar apenas insulina basal complementar, ou basal + rápida em uma refeição por dia ou até basal + rápida nas 3 refeições principais.

Perspectivas

Em alguns poucos anos já teremos no Brasil a insulina basal semanal, que trocará as picas diárias da dose basal por uma picada 1x/semana, melhorando aderência e qualidade de vida aos nossos pacientes.

Tipos de Insulina:

São diversos os tipos de insulina disponíveis atualmente, de modo que a principal diferença entre elas seja o tempo de ação. As insulinas humanas (NPH – Humulin® N, Novolin® N e Regular) são as que mais se assemelham ao hormônio endógeno, sendo a regular idêntica à insulina humana e a NPH acrescida de protamina e zinco, a fim de promover efeito mais prolongado. Esta é considerada uma insulina de ação intermediária.

As insulinas análogas são mais modernas e recebem esse nome por serem produzidas a partir da insulina humana, porém, modificadas para exercerem ação em um período mais curto ou mais prolongado. Não são necessariamente superiores, mas podem promover um melhor controle em pacientes que apresentam múltiplas hipoglicemias.

Dentre as insulinas de curta duração (rápida ou bolus) destacam-se a Lispro (Humalog®), Aspart (NovoRapid®) e a Glulisina (Apidra®). Já as insulinas de ação prolongada (basais) são: Glargina (Lantus®), Detemir (Levemir®) e Degludeca (Tresiba®).

Há ainda as insulinas de apresentação na forma de pré-misturas, como: insulina NPH + insulina Regular 70/30 e análogos de ação prolongada + análogos de ação rápida (Humalog® Mix 25 e 50, Novomix® 30).

Além disso, hoje existem insulinas associadas a análogos do GLP-1 (outra classe de tratamento do diabetes que também tem via de administração subcutânea) cujas apresentações comerciais são: Xultophy® (Insulina Degludeca e Liraglutida) e Soliqua® (Insulina Glargina e Lixisenatida).

A grande relevância em saber identificar o tempo de ação de cada insulina, tanto entre pacientes, quanto em profissionais da saúde, é entender em que momento aplicá-las, quando não aplicá-las e o que esperar do efeito de cada uma delas. Em caso de dúvidas, sempre contate seu endocrinologista. 

Além do controle da queima do açúcar e transformação da glicose em outras substâncias, como proteínas, gorduras e músculos, a insulina é muito importante para a captação da glicose pelos tecidos adiposo e muscular, bem como pela produção da glicose no fígado.

Produzida pelo pâncreas, a insulina age como uma espécie de chave que permite a entrada da glicose nas células. 

A glicose, por sua vez, é uma grande fonte de energia. Ela é encontrada em alimentos ricos em carboidratos, sobretudo os de baixo teor integral, como o arroz e o macarrão brancos, a batata inglesa, a beterraba, o feijão e os doces. Quando ingeridos, os carboidratos desses alimentos transformam-se em glicose e são rapidamente jogados na corrente sanguínea.

A glicose é indispensável para a vida, mas pode ser um vilão para quem tem uma alimentação com excesso de carboidratos simples, em detrimento de frutas, verduras e legumes, sobretudo se não praticam atividades físicas.

Quando o nível de glicose no sangue de uma pessoa permanece alto por muito tempo, ela corre o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O que ocorre com quem não produz a insulina

Pessoas que não produzem quantidade suficiente de insulina naturalmente ou que têm células resistentes ao hormônio, necessitam fazer administração do hormônio de modo contínuo. A esses casos, damos o nome de diabetes Mellitus, ou tipo 1, doença metabólica provocada pela falta de insulina.

diabetes Mellitus geralmente se apresenta na infância ou durante a adolescência, até os 20 anos.

Alguns especialistas assumem que a doença se dá devido a um colapso do pâncreas, causado por uma ação autoimune do organismo (quando o corpo não reconhece mais aquele órgão e passa a atacá-lo), o que também pode ser explicado como um fator genético.

Porém, o que mais tem preocupado a comunidade médica é a incidência de diabetes tipo 2 na infância, que representa 90% dos casos de diabetes infantil!

O que explica o aumento de diabetes 2 na infância?

O aumento da obesidade infantil é o que explica o aumento do diabetes tipo 2 nos mais jovens. Ela está associada, mais precisamente, à obesidade abdominal, gordura presente no tecido subcutâneo – barriga saliente – e gordura visceral.

A mudança nos hábitos das novas gerações é o principal fator que leva à doença. Ela vem  acompanhada do aumento no consumo de produtos multiprocessados, ricos em açúcares da e a falta de atividade física apropriada, agravada pelo uso massivo de celulares e computadores.

Portanto, a solução para o problema está em sua própria causa. A adoção de hábitos mais saudáveis e a educação dos filhos, desde pequenos, priorizando os alimentos tarja verde, é o que pode evitar a doença!

insulina é um hormônio fundamental à nossa vida e para que ele possa desempenhar bem a sua função, assim como todo o corpo, precisamos ser muito seletivo ao que consumimos!

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Fonte: https://www.tuasaude.com/tipos-de-insulina/